Já é tradição, mas a cada edição, gratas surpresas são reveladas e um servidor-artista descoberto. A XIV Mostra de Talentos do TCU, que conta com patrocínio do Sindilegis, ASAP, ASTCU e da Auditar, começou na última quinta-feira (12), no Espaço Cultural Marcantônio Vilaça, no edifício sede da Casa, e reuniu autoridades, servidores e convidados para apresentações nas categorias cinema e vídeo, desenho, escultura, fotografia, gravura, instalação e trabalhos experimentais, literatura, música e pintura.
Abertura – Em seu discurso na solenidade de abertura, o Ministro do Tribunal de Contas da União Raimundo Carreiro destacou que a realização da Mostra de Talento, em sua 14ª edição, coroa com êxito o conjunto de ações do Tribunal empreendidas pelo serviço de gestão cultural em favor dos servidores da Casa. E reafirmou, “que a alma do TCU constitui-se da inspiração, do intelecto e do trabalho de todas as pessoas que o compõem no seu dia a dia, e cujos esforços habilidades e talentos precisam ser reconhecidos e respeitados”. O Ministro também parabenizou todos os participantes da Mostra e, especialmente, a organização do evento.
Em sua fala, o diretor administrativo e financeiro do Sindilegis, Dario Corsatto, falou sobre a importância da cultura para pessoas e para o País. Segundo ele, “a cultura é a base de qualquer sociedade e manifestações culturais, como a Mostra de Talento do TCU, são muito importantes por que fazem do mundo um lugar melhor para viver”. E Aproveitando que se tratava de uma Mostra de Talentos, o diretor recitou um poema de Adélia Prado: “O sonho encheu a noite/ Extravasou pro meu dia, encheu minha vida/ E é dele que eu vou viver/ Porque sonho não morre”, e finalizou parabenizando a organização pela realização do evento.
Paulo Martins, presidente da Auditar, fez questão de ressaltar a importância daqueles que trabalham duro para que a Mostra se realize. De acordo com ele, “quem chega aqui e vê tudo montado e pronto não imagina o trabalho e quantos meses foram necessários para organizar um evento como esse.” Na oportunidade, Paulo também conclamou a todos a expor seus trabalhos na Mostra. Afinal, “absolutamente todo mundo tem um lado artístico dentro de si”, ressaltou.
E foi exatamente o que mostrou, aos 5 anos, sem nenhuma timidez, João Holinger Borges, filho do servidor da Casa Cárcimo Borges da Costa, que foi o primeiro artista se apresentar. Com seu pequeno violão, João tocou e cantou “Galinha Pintadinha” e “Anjo do Céu”, da Banda Natiruts, acompanhado do coro afinado da plateia, que ficou encantada com a desenvoltura do pequeno artista. Na sequência, poemas foram recitados e outras apresentações se seguiram.
Servidor do TCU há 25 anos, Wilson Moreno dos Santos, conhecido como Wil Moreno, participante na categoria música em várias edições anteriores da Mostra, toca violão e interpreta canções clássicas dos anos 90 e também MPB, todas as músicas de boa qualidade, como fez questão de destacar. Este ano, além de participar da atividade como faz anualmente, Wil foi convidado para ajudar a organizar o evento. “Estou participando de mais uma edição, mas agora com um olhar diferente, com mais cuidado, mais carinho, porque estar nos bastidores é contribuir para que o trabalho fique cada vez melhor”, afirma.
Na avaliação de Wil Moreno, o melhor de participar dessas atividades é a oportunidade de confraternizar com os colegas de trabalho e descobrir talentos aonde quer que estejam na estrutura do Tribunal. Exatamente como fez Evelynne Gubert, estagiária em Designer Gráfico da Secretaria de Comunicação do TCU, que não se intimidou e inscreveu-se em duas categorias: Desenho e Fotografia. E com olhar sensível peculiar a todo artista, fotografou detalhes de locais corriqueiros do próprio TCU, que segundo ela, “acabam passando despercebidos devido à correria diária” e os transformou em estampas singulares, trabalho que já realiza há algum tempo, mas nunca teve oportunidade de expor. “Agradeço ao TCU por essa oportunidade”, finaliza.
Outro momento de destaque foi a apresentação do Coral Cênico, com seus 26 componentes, quando interpretaram as canções mais memoráveis das animações Disney, que fizeram parte de nossa infância, mas nunca saíram da memória. A apresentação encantou a plateia.
A proposta da Mostra de Talentos é essa: compartilhar, encantar, confraternizar e principalmente mostrar as diferentes formas de expressão e os novos talentos. A XIV Mostra de Talentos do TCU permanece aberta ao público até o dia 13 de dezembro. O horário de visitação é entre 10h e 18h e a entrada é gratuita.
Saiba mais – Todo ano, a Mostra elege um nome de destaque para homenagear, e este ano não foi diferente: a cantora e compositora Elis Regina foi o nome escolhido.
Elis Regina, “Pimentinha”, foi considerada a maior cantora do Brasil, por seu desempenho versátil. Era também reconhecida por interpretar músicas de forma altamente emotiva e seus gestos eram dramáticos. Curiosamente a sua voz foi colocada no patamar de instrumento musical na Ordem dos Músicos do Brasil, tamanha era a sua capacidade vocal.
Nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 17 de março de 1945 e começou a cantar, aos onze, na Rádio Farroupilha. Com apenas 16 anos de idade lançou seu primeiro disco, “Viva a Brotolândia”. Em 1965, fez a sua estreia no festival da Record com a música “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes e recebeu o Prêmio Berimbau de Ouro e o Troféu Roquette Pinto, quando foi eleita a melhor cantora do ano.
Elis tinha um gênio forte, por isso recebeu o apelido de Pimentinha. Era uma artista eclética, interpretava canções de vários estilos, como MPB, jazz, rock, bossa nova e samba. Levou à fama, cantores importantes como Milton Nascimento, João Bosco e Ivan Lins. Fez dueto com Tom Jobim, Jair Rodrigues, entre outros.
De sua união com Ronaldo Bôscoli nasceu João Marcelo Bôscoli (1970). E de sua união com César Camargo Mariano nasceram, Pedro Camargo Mariano (1975) e Maria Rita (1977). Elis Regina faleceu com apenas 36 anos, em São Paulo, no dia 19 de janeiro de 1982. Sua morte foi decorrente ao consumo exagerado de drogas e álcool.
