TCU determina que Governo apresente dados para comprovar que Reforma Administrativa trará economia aos cofres públicos

Ministro Raimundo Carneiro autorizou diligência para que órgãos enviem ao Tribunal, no prazo de 15 dias, documentos que embasaram a construção do texto da PEC 32

 

O ministro do TCU Raimundo Carreiro determinou ao Ministério da Economia e à Casa Civil da Presidência da República que apontem os dados e a metodologia utilizada para atestar que a PEC 32/20, mais conhecida como Reforma Administrativa, trará economia aos cofres públicos. O despacho é uma resposta à representação formulada pela Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público – Servir Brasil, da qual o Sindilegis participou, em virtude da falta de publicidade e transparência, por parte do governo federal, dos documentos técnicos referentes ao impacto orçamentário-financeiro da PEC. Os órgãos têm o prazo de 15 dias para encaminhar ao Tribunal os estudos que fundamentaram a proposta de redução de gastos públicos.

 

A projeção do Executivo de redução de gastos públicos, no longo prazo, é da ordem de R$ 300 bilhões a R$ 816 bilhões, caso a PEC 32 seja aprovada. No entanto, desde a apresentação da PEC ao Congresso Nacional, em setembro de 2020, o governo não tem disponibilizado os dados que embasaram a proposta, afirma o presidente do Sindilegis, Alison Souza. “Os documentos apresentados até agora são insatisfatórios e os dados, incompletos. Falta transparência em relação ao impacto orçamentário-financeiro da PEC. A nossa expectativa com essa diligência é que possamos, enfim, ter acesso às informações nas quais o governo se baseou para apontar essa possível economia”, declarou.

O presidente do Sindilegis, Alison Souza, e os presidentes da Servir Brasil e do Fonacate, deputado Professor Israel Batista (PV-DF) e Rudinei Marques, respectivamente, se reuniram com o ministro do TCU Raimundo Carneiro para tratar da representação contra a PEC 32.

Nota técnica da Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle do Senado Federal aponta que a proposta, “de forma agregada, deverá piorar a situação fiscal da União, seja por aumento das despesas ou por redução das receitas”. Segundo o estudo divulgado em maio, a proposta “contribuiria para o agravamento da corrupção no país” e, portanto, seria mais apropriado chamá-la de “contrarreforma administrativa”. Leia mais sobre a nota técnica aqui.

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