TCU lança aplicativos para entrar na era das auditorias tecnolígicas

O Tribunal de Contas da União (TCU) vem conduzindo uma série de iniciativas tecnológicas com o objetivo de aumentar a base de dados que vão ser usados em auditorias. Primeiro, a instituição criou um servidor externo, batizado de nuvem cívica, com informação produzida pelos ministérios e autarquias hospedados no local. Agora, o tribunal foca em um sistema colaborativo, no qual cidadãos possam produzir dados relevantes para auditorias.

O projeto central dessa iniciativa foi a premiação ocorrida nesta quinta-feira (16/12) de três aplicativos que permitem aos usuários de serviços públicos avaliarem, por exemplo, escolas e postos de saúde com informações que podem levar a eventuais auditorias. O concurso começou há alguns meses com um hackaton, uma maratona de desenvolvedores de softwares.

Foram escolhidos três projetos: dois permitem ao cidadão fornecer dados sobre estrutura e funcionamento de escolas públicas e um, com o mesmo papel, para avaliar postos de saúde. Todo o conteúdo gerado irá automaticamente para a nuvem cívica.

“Esta é uma forma de o cidadão poder interferir diretamente na aplicação do dinheiro público. Esperamos que com isso ele se sinta motivado e ajude o controle externo com dados importantes”, avaliou o presidente do tribunal, Aroldo Cedraz, em entrevista ao Metrópoles.

A manauara Juliane Alves criou um dos aplicativos premiados, chamado de “Minha Escola”. Nele, os alunos trocam informações sobre as aulas, podem esclarecer dúvidas entre eles e avaliar a qualidade da infraestrutura e dos equipamentos da instituição onde estudam.

Com esse espaço, o aluno vai poder checar se a informação que o TCU tem da escola, a respeito de obras e infraestrutura, está correta

destacou Juliana

Já o mineiro Arnaldo Gomes, que é perito criminal da polícia federal, desenvolveu o aplicativo Saúde Local, que visa reunir dados e informações dos centros de saúde nos municípios. O aplicativo usa geolocalização e permite que usuários encontrem os postos mais próximos, dependendo da especialidade de que precisam, e também saber qual a média de espera. Depois, eles podem avaliar o serviço.

“Com as opiniões, esses dados serão peneirados e eventuais desvios podem ser detectados”, explicou o perito.

Os aplicativos já estão disponíveis em algumas plataformas.

Histórico
Desde 2014, o TCU deu início a projetos voltados à tecnologia para aprimorar ações de controle externo. Foram incorporados ao dia a dia do tribunal, por exemplo, painéis de fiscalização, análise de dados, dados abertos, laboratório de inovação e auditoria contínua. Na avaliação de técnicos, o TCU conseguiu ter maior precisão e tempestividade nas ações de controle externo com esses meios.

De acordo com o presidente Aroldo Cedraz, a introdução de novas tecnologias no trabalho de controle externo traz a perspectiva de o tribunal se antecipar a eventuais malfeitos com dinheiro público.

“Antigamente, o TCU só fazia auditorias de conformidade, desempenho, sempre após o erro ter sido cometido. Aí vimos a perspectiva de usar a técnica de big data, na qual poderíamos fazer as auditorias preditivas e contínuas”, explicou.

DF
Em Brasília, a Controladoria Geral do DF tem um programa de auditoria cívica das escolas, onde os alunos fazem relatórios ocasionais sobre a situação dos colégios. Esse programa está sendo reformulado para 2017 e uma das ideias que vêm sendo cogitadas é justamente a introdução de novas tecnologias no processo.

 Fonte: Metropoles

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