Números mostram que declaração do ministro sobre gastos do governo com salário de servidores públicos é falaciosa
Artigo assinado pelo economista e advogado Alexis Sales de Paula e Souza, publicado no jornal Correio Braziliense da última segunda-feira, 2/3, destaca dados oficiais do governo que desmentem fala recente do ministro da Economia, Paulo Guedes. Durante palestra na Escola Brasileira de Econo
mia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV EPGE), no começo de fevereiro, Guedes afirmou que o governo “gasta 90% da receita toda com salário” de servidores públicos. Segundo o autor do artigo, o ministro mentiu ao fazer tal declaração em relação aos gastos com pessoal, o que configura um ato de improbidade administrativa.
Números do Ministério da Economia indicam que as despesas de pessoal da União têm se mantido estáveis como proporção do PIB. Em 2018 representavam praticamente o mesmo percentual do PIB observado 10 anos antes, em 2008. Em 2020, a estimativa é que a despesa de pessoal da União, fixada na Lei Orçamentária Anual (LOA) em R$ 322,4 bilhões, represente no máximo 4,2% do PIB, aponta Alexis.
O Sindilegis também refutou a declaração do ministro na ocasião, contestando as informações apontadas por ele. A entidade considerou o discurso um ataque contra os servidores que foram chamados de “parasitas” e em edição especial do boletim Sindilegis em ação desmitificou vários pontos trazidos pelo dirigente da pasta de Economia.
Dados do Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União e da Instituição Fiscal Independente do Senado Federal indicam que a despesa com pessoal de 2016 a 2019 ficou abaixo de 10% da receita da União e, para 2020, foi fixada na LOA em 8,99%. Para 2020, a previsão é arrecadar R$ 3,58 trilhões e gastar R$ 322 bilhões com todo o funcionalismo público federal.
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