
Levy é carioca, criado em Brasília e conhece o Brasil todo. Já morou no Rio, Brasília, Goiânia, Vitória, Palmas e Belo Horizonte. Ele é auditor federal de controle-externo, atualmente aposentado e representante regional do sindicato em Minas Gerais onde reside. Autor da obra Viagem ao Tempo
As carrancas do Velho Chico continuam envenenadas de ciúme. Nas águas barrentas de Juazeiro os cardumes de surubins botam pra correr o valente Tucunaré que subiu no remanso de Petrolina.
O poeta chegou montado na Besta Fubana do meu amigo Luiz Berto.
Vaca Mijona apostou que bebia de um fôlego só uma garrafa de Pitu.
Emborcou o gogó na bocarra e só parou de beber quando tombou morta no chão da Coreia.
Vaquinha Mijona, sua filha, arregalou as duas tochas dos olhos e desandou a chorar.
Era um choro doído, triste como a chama se apagando e se acendendo nos olhos moribundos de Vaca Mijona.
Os soluços de Vaquinha atravessaram todos os becos da Coreia e foram bater no fundo das águas do São Francisco.
Neste dia, Petrolina e Juazeiro selaram a paz para sempre.
Vaca Mijona nascera em Petrolina. Vaquinha, sua filha, em Juazeiro.
O poeta afinou o violão e fez uma canção.
A melodia é tão comovente quanto à letra.
Coisa que só os gênios sabem fazer.
O Velho Chico agradece ao som do piano das águas.
Links: