Ministra Ana Arraes preside última sessão plenária e se despede do TCU

Aposentadoria da vida pública marca o final de uma trajetória de 11 anos como ministra do TCU, sendo os últimos deles dedicados à Presidência do Tribunal

“A força da mulher nordestina, a fibra de uma pernambucana, dos Arraes, dos Campos.” Ninguém há de discordar das palavras proferidas pelo ministro Augusto Nardes em homenagem prestada à ministra Ana Arraes em sua última sessão plenária como membro e presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), que aconteceu nesta quarta-feira (20). Segunda mulher a assumir o comando do Tribunal, a ministra completa 75 anos na próxima quinta-feira, 28 de julho, e vai se aposentar compulsoriamente.

Durante a sessão, o vigor com que Arraes sempre lutou pela redução das desigualdades sociais, regionais e de gênero deu a tônica dos discursos proferidos pelos colegas ministros, todos em tom emocionado e já saudosos da presença acolhedora da ministra, sempre aberta ao diálogo. “O estilo marcante de liderança, capaz de combinar sutileza feminina com determinação e coragem das nossas mulheres fortes do nosso nordeste brasileiro, certamente nos encherão de saudades. Felizmente, serão amenizadas pelas boas lembranças e pelo reconhecimento desse legado que se tem em sua passagem pelo Tribunal de Contas da União”, disse o ministro Aroldo Cedraz.

A habilidade para o diálogo foi, inclusive, uma das principais características apontadas pelo presidente do Sindilegis, Alison Souza, ao se referir à ministra. Em um momento conturbado para o servidor público, Arraes atuou com bravura em defesa dos direitos da categoria e manteve as portas do gabinete sempre abertas para escutar e debater pautas importantes para os servidores, como os planos de carreiras e a recomposição salarial.
Nesse sentido, Souza elogiou a atuação da ministra na aprovação da Resolução-TCU n° 154, que dispõe sobre as atribuições dos cargos e das funções de confiança do quadro de pessoal do Tribunal de Contas da União, e no encaminhamento do Projeto de Lei nº 1392/22, que dispõe sobre o quadro de pessoal e o plano de carreira do TCU.

Além disso, a ministra também se manifestou formalmente sobre a recomposição salarial no serviço público federal. Como presidente, ela cobrou a Casa Civil e o Ministério da Economia sobre a reestruturação das carreiras dos servidores do Tribunal e enviou à Câmara dos Deputados proposta que prevê reajuste de 13,5% nos salários dos servidores do órgão a partir da folha de agosto. Na ocasião ela foi enfática em afirmar que os servidores públicos precisam ser valorizados.

“Ao longo de sua jornada no TCU, a ministra foi incansável na busca pela valorização dos servidores públicos. Receptiva e aberta ao diálogo, sempre nos atendeu com presteza e urbanidade, dedicando total atenção às nossas necessidades. Como presidente, e em nome de toda a diretoria do Sindilegis, agradeço imensamente pelos anos de serviço prestado ao serviço público e pelo legado que deixa em sua passagem pelo tribunal”, disse Alison Souza, que completou. “Aproveito para desejar ao ministro Bruno Dantas sucesso na nova jornada. Estou certo de que assumirá a presidência da Corte com igual dedicação e competência”.

 

 

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