Recadastramento: atividade muito além do dever

Servidores aposentados e pensionistas aproveitam o recadastramento para rever colegas e participar de diversos passeios pelos pontos turísticos de Brasília

Uma exigência legal se tornou, dentro do Tribunal de Contas da União (TCU), um momento de grande alacridade para os mais de dois mil aposentados e pensionistas do órgão. O recadastramento obrigatório, que este ano é realizado entre 7 de outubro e 7 de novembro, vem conseguindo novamente repetir o sucesso dos anos anteriores: unir responsabilidade com lazer e diversão.

Com patrocínio financeiro do Sindilegis e da Asap, desde 2011, o TCU adotou um novo modelo de recadastramento e conseguiu fugir do simples ato burocrático. Durante os dias de atualização cadastral, os aposentados e pensionistas podem participar de oficinas, passeios por pontos turísticos, palestras, aulas de dança, saraus e muito mais, tudo para garantir a integração desses servidores, que muito contribuíram para o funcionamento dos trabalhos dentro da Casa.

Na última quarta-feira (29), seguindo a extensa programação preparada pelo TCU e com apoio do Sindilegis, 15 servidores foram até o Museu do Catetinho para conhecer a residência oficial do então presidente Juscelino Kubitschek à época da construção de Brasília. Encantados com o passeio, descobriu-se que a maioria dos presentes, que residem na Capital Federal há mais de 15 anos, nunca tinham estado no museu até então.

Um exemplo disso é a servidora aposentada Margarida Maria Medeiros de Lima, que entrou no Tribunal como técnica e saiu como auditora. “É a primeira vez que venho ao Catetinho. Moro aqui há 15 anos e nunca tinha vindo aqui. Achei bacana, gosto muito de natureza. Os lugares escolhidos para os passeios do recadastramento foram bem bolados, porque muita gente mora em Brasília há anos e não conhece seus pontos turísticos. E é legal porque podemos reencontrar amigos de longa data e que você conviveu há muito tempo. Lá no Tribunal era como se fosse uma família”, ressalta.

Alzira Zanina, aposentada do Tribunal desde 1995, trabalhou 15 anos na instituição e já realizou o recadastramento. “Achei essa iniciativa maravilhosa. Ano passado participei de alguns eventos realizados nesta época e prometi que viria esse ano. Gostaria de ter ido em todos os passeios, mas infelizmente não deu. O Catetinho era um dos meus lugares preferidos para conhecer. O Tribunal é realmente um excelente local para trabalhar porque dá muito valor ao ser humano, as pessoas lá crescem como funcionários sem deixar a solidariedade e o convívio com os colegas de lado”, elogia.

O chefe do Serviço de Gestão de Informações Funcionais (SGF), Leonardo Felice Sousa Faquineli, explicou a importância de atividades como essa para reintegrar uma categoria que não se encontra mais na ativa. Ele também enalteceu que a parceria com o Sindilegis foi fundamental para a idealização do projeto. “A cada ano tentamos fazer algo diferente, mas sempre buscando valorizar o servidor aposentado. Percebemos que eles gostavam muito de interagir entre si e de contar suas histórias. Para esse ano quisemos proporcionar momentos de entrosamento. Foi daí que surgiu a ideia dos passeios. E sem o apoio financeiro do Sindilegis e da Asap não teríamos condição de fazer o recadastramento desta forma”, comemora.

O diretor de Aposentados e Pensionistas do Sindilegis, Ogib Teixeira, faz apelo aos servidores e ressalta a importância do recadastramento. “Os aposentados e pensionistas precisam se recadastrar, pois é um dispositivo legal, uma Lei que determina que o recadastramento deverá ser feito todo ano. Isso demonstra que o Estado brasileiro está preocupado conosco. Então, convoco aqui todos os servidores para que comparecem ao TCU, façam o  recadastramento ou procurem se informar junto ao Sindicato”, solicita.

É importante ressaltar que o recadastramento é obrigatório tanto para servidores residentes em Brasília quanto para os lotados nos estados. O não comparecimento provoca a suspensão dos pagamentos.

E você, já conhece o Museu do Catetinho?

O Catetinho foi a primeira residência oficial do presidente Juscelino Kubitschek em Brasília. O nome faz referência ao Palácio do Catete no Rio de Janeiro, que era a sede do Poder Executivo à época da construção da Capital Federal. O palácio presidencial provisório foi projetado por Oscar Niemeyer e demorou apenas 10 dias para ser construído. Atualmente, é um pequeno museu aberto à visitação pública. A suíte presidencial, o quarto de hóspedes e a cozinha preservam o mobiliário da época, além de alguns objetos e roupas de JK.

Compartilhe:

Veja também: