Sarau da Diversidade traz documentário sobre Cassandra Rios

Se ainda existem discriminações em torno da homossexualidade no ano de 2014, quem dirá no período da ditatura militar. Escritores, músicos e artistas tinham suas obras censuradas e a liberdade de expressão não era uma opção em 1964.

Para expor o tema e a história de Cassandra Rios, personagem da época da liberdade vigiada, o documentário “Cassandra Rios, a Safo de Perdizes”, de Hanna Korich, foi apresentado na sexta-feira, 15, no Sarau da Diversidade, evento cultural idealizado por Cláudia Monteiro, realizado no Espaço Cultural Alexandre Innecco.

Cassandra Rios (1932 – 2002) – pseudônimo de Odete Rios – teve 36 obras censuradas durante a ditadura militar, sob a acusação de pornografia. A escritora brasileira de ficção e de homossexualidade feminina e erotismo foi uma das primeiras a tratar sobre o tema. Em 1970, tornou-se a primeira autora a atingir um milhão de exemplares vendidos e o documentário traz registros sobre esta lendária mulher.

Após a exibição do documentário, os presentes realizaram um bate-papo sobre o filme e sobre escritores marginalizados. Além disso, houve leituras e declamações de poesia, com participação voluntária do público e de artistas locais. Para fechar o evento, a cantora e instrumentista gaúcha Gisa Pithan animou o Café Savana com um pocket show e muita música popular brasileira.

O Sindilegis apoiou o evento e o Secretário-Geral Márcio Costa marcou presença no Sarau. Para ele, a apresentação de documentários como este e o debate em torno de temas que ainda são alvo de discriminação na sociedade é de extrema importância.

“Apresentar um documentário de uma mulher que, mesmo sofrendo na ditadura militar, continuou com suas obras e foi um marco na discussão sobre o homossexualismo é muito significativo. Temos de trazer sempre esses assuntos à tona para podermos combater preconceitos que ainda perduram”, enfatizou.

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