Servidores da Câmara debatem retorno ao trabalho presencial com Sindilegis

Sindicato encaminhará sugestões de servidores que foram definidas em assembleia à diretoria-geral da Câmara

Nesta sexta-feira (8), o Sindilegis realizou assembleia geral extraordinária para ouvir os servidores da Câmara dos Deputados sobre os receios e às expectativas em relação ao retorno às atividades presenciais na Casa, anunciado pelo presidente, deputado Arthur Lira (PP-AL), para o dia 18 de outubro. A reunião aconteceu de maneira virtual, pelo aplicativo Zoom, em razão da pandemia de coronavírus.

Durante a reunião, o presidente do Sindilegis, Alison Souza, expressou receio com o retorno ao trabalho presencial na Câmara dos Deputados sem um plano que estabeleça critérios claros de como se dará a volta e sem uma comunicação eficiente com os servidores. “Ponderei com a diretoria-geral da Casa, em reuniões, que é necessário ter uma comunicação mais clara com os servidores e estabelecer um plano detalhado de como será o retorno: quais critérios serão utilizados; se vão levar em consideração a natureza do trabalho ou a estrutura física; e qual o percentual de retorno. Existem perguntas que precisam ser respondidas para que os servidores retornem com segurança”, explicou.

Servidores da Câmara que participaram da assembleia também se mostraram preocupados com o retorno presencial sem o cumprimento dos protocolos de segurança. Alguns narraram episódios recentes de aglomeração nos corredores e elevadores e da falta de uso de máscaras por pessoas que transitam pela Casa. Além disso, deram sugestões para que se tenha um retorno mais seguro: exigência de passaporte de vacina; distribuição de máscara; aferição de temperatura; testagem periódica, equipamentos de proteção para funcionários dos elevadores; limitação de pessoas em cada ambiente; e trabalho em sistema híbrido.

Entre os encaminhamentos, Souza garantiu o envio de ofício à diretoria-geral com as sugestões dadas pelos servidores e que o Sindilegis irá defender o adiamento do retorno ao trabalho presencial para o início do próximo ano, pedindo, inclusive, que seja feito de maneira gradativa, com avaliação do impacto do ponto de vista do contágio, e que a Casa apresente um plano de retorno com diretrizes e critérios claros para preservar a saúde dos que trabalham no local.

Discutiu-se também a elaboração de um plano para a regulamentação do teletrabalho nas Casas. “O Sindilegis já iniciou conversas com as diretorias-gerais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para essa regulamentação. Mas isso envolve um trabalho mais minucioso, pois depende de avaliação de desempenho, sistema de distribuição de tarefas e acompanhamento do trabalho remoto. Mas acredito que é um desejo das Casas implementar a modalidade”, disse Alison Souza.

Retorno já havia sido anunciado

Em fevereiro deste ano, mesmo com o número crescente de contaminação por Covid-19, a Câmara chegou a anunciar o retorno ao trabalho presencial. Naquela ocasião, após receber diversas denúncias, inclusive com vídeos, mostrando grandes aglomerações e pessoas circulando sem máscara, o Sindilegis anunciou que iria ingressar com ação judicial para impedir que os servidores da Câmara dos Deputados e do Senado Federal retornassem ao trabalho presencial enquanto as Casas não assegurassem o cumprimento dos protocolos de biossegurança suficientes para evitar a contaminação por Covid-19. A Casa acabou voltando atrás na decisão, e os servidores se mantiveram em trabalho remoto.

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