Sindilegis e mais de 300 entidades se reúnem para pedir um BASTA aos ataques do Governo ao serviço público

Movimento é o pontapé de uma série de ações encabeçadas por servidores públicos em prol de uma pauta positiva para o país

O Sindilegis e mais de 300 entidades de todo o Brasil se uniram virtualmente, nesta terça-feira (2), para pedir um BASTA à má gestão pública, às mortes causadas pela COVID, ao aumento de desemprego e da miséria e, principalmente, ao desmonte do serviço público. O ato, transmitido via YouTube e Zoom devido à pandemia, foi o primeiro de uma série de ações protagonizadas pelo Movimento Basta!, que reúne servidores de todas as esferas e poderes.

Em 1h50 de transmissão, que contou com a presença de parlamentares, lideranças de entidades representativas, servidores e jornalistas, mais de 800 pessoas estiveram conectadas simultaneamente, alcançando 1.895 visualizações ao vivo. Categorias dos mais diversos segmentos também tiveram a oportunidade de criticar as PECs 186 e 32 (reformas administrativas) e propor uma pauta positiva em prol do Brasil.

Unicidade é a palavra-chave – O presidente do Sindicato, Alison Souza, ressaltou que o “Basta!” é um movimento diferenciado. “Estamos aqui irmanados em defesa de todos nós, brasileiros, em defesa do Estado. O nosso objetivo aqui é propor uma pauta construtiva com o Congresso Nacional em defesa do Brasil e de todos os trabalhadores. É hora de união e ação”.

O presidente da Confederação Nacional das Carreiras Típicas de Estado (CONACATE), Antônio Carlos Fernandes, mediou a discussão. “O Basta está na garganta dos brasileiros”, disse.

Um representante de cada poder também expressou suas indignações. Representando o Judiciário, o coordenador-geral do Sindjus-DF, Costa Neto, conta que o movimento Basta! não surgiu agora; e que já vinha sendo construído desde a época da discussão da reforma da Previdência.

Ele explica que é preciso colocar em pauta projetos que visem o crescimento e desenvolvimento do País e não a retirada de direitos daqueles que buscam o progresso do Brasil: “Queremos uma pauta séria, comprometida com o desenvolvimento, a geração de emprego e o bem-estar social. Uma pauta que inclua a reforma tributária e um plano que faça chegar crédito para as micro, pequenas e médias empresas. Uma pauta que inclua a compra imediata das vacinas e que faça elas chegarem ao braço de cada cidadão Brasil a fora.”

Linha de frente no Congresso – Diversos parlamentares participaram do ato. Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público – Servir Brasil, o deputado Professor Israel Batista (PV-DF), marcou presença no debate. O congressista conclamou os servidores a se engajarem na luta contra as propostas que desmontam o serviço público. “Precisamos mobilizar as nossas bases. Muitos servidores ainda não entenderam como essas PECs vão atingi-los”, afirmou ao fazer um apelo para que as entidades se unam e elaborem uma estratégia de comunicação para combater as medidas.

O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) criticou a decisão do Governo de colocar na conta dos servidores o preço do desequilíbrio fiscal. Segundo ele, o Brasil deveria adotar alternativas como a taxação de grandes fortunas e lucros e dividendos. “Não é destruindo o serviço público, não é retirando direitos ou diminuindo investimentos no servidor que vamos vencer os nossos desafios, enfrentar a pandemia e avançar como nação. Contem comigo no Congresso Nacional para votar contra a aprovação dessas matérias”, declarou.

O deputado Subtenente Gonzaga Ribeiro (PDT-MG), por sua vez, destacou a importância de ampliar a comunicação com os trabalhadores nos estados e municípios. “O momento é de um grande esforço para falar para dentro, com os próprios servidores sobre os efeitos perversos dessas PECs. O que está em jogo é o serviço público, é o papel do Estado e os direitos dos servidores”, apontou.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) relembrou números alarmantes que assolam o país e afirmou que a tendência é piorar, caso as PECs 186 e 32 sejam aprovadas: “Basta de um país que tem o pior desempenho da moeda entre as 30 moedas mais fortes, de um país que está perdendo por volta de 1,3 bilhão de dólares no que diz respeito a investimentos, basta de desemprego: são 13,4 milhões de desempregados atualmente e o número só aumenta. Basta com esses ataques que estão sendo postos contra a Constituição Federal”.

Para o deputado Rogério Correia (PT-MG), as PECs simbolizam a destruição completa do serviço público no Brasil. “Não é exagero dizer isso. As propostas extinguem a estabilidade, o concurso público, diminuem salários, congelam carreiras. Ao fim e ao cabo essas PECs vão descontruir as conquistas da Constituição de 88, que garantiu ao povo um serviço público de qualidade”, ponderou.

O deputado Luís Miranda (DEM-DF) relembrou a importância da estabilidade para certificação de um serviço público que se mantenha transparente, isento e correto, independentemente do governo que estiver no poder. “Eu, que estou no meio da política, sei bem que só de você colocar a mínima possibilidade de tirar a estabilidade do servidor, estamos dando um passo larguíssimo para uma corrupção desenfreada. Precisamos nos unir e trabalhar em um texto que seja propositivo e positivo para a população brasileira”.

O senador Weverton Rocha (PDT-MA) explicou que apresentou 15 emendas à PEC 186, todas discutidas com setores e sindicatos, e que seu partido sempre terá como linha de atuação a defesa concreta do serviço público. “Todos sabem que, para o Governo, quanto menor o Estado estiver, melhor para setores que são estrategicamente destruídos, desmontados e terceirizados e isso tudo por meio de um plano articulado pelo ministro da Economia”.

Ao final do movimento, os servidores e entidades ainda participaram de um twittaço com a hashtag #PEC186NÃO, de forma a demonstrar o descontentamento e indignação com a proposta.

Reveja o ato público clicando aqui.

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