Sindilegis marca presença em 5º Encontro com Mulheres Sindicalistas

Em meio às comemorações em homenagem ao Dia da Mulher, celebrado em 8 de março, uma iniciativa realizada entre a Secretaria de Políticas para as Mulheres do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e o Ministério do Trabalho e Previdência Social lotou o centro de convenções do Hotel Nacional nesta sexta-feira (4), ao promover o 5º Encontro com as Mulheres Sindicalistas: Diálogos sobre o Mundo do Trabalho.

Com o objetivo de discutir os avanços e desafios para aprimorar a formulação de políticas públicas para a promoção da autonomia econômica das mulheres, o evento foi prestigiado pela diretora de igualdade de gênero do Sindilegis, Giovana Perlin, que aproveitou a ocasião para tratar da proposta de reforma da Previdência que o Governo elabora ao prever a unificação, em longo prazo, de todos os regimes previdenciários. As regras serão as mesmas para homens e mulheres, trabalhadores urbanos e rurais, do setor público e do privado. Vale lembrar que, atualmente, homens se aposentam com 35 anos de contribuição e, mulheres, com 30.

“Essa tentativa do Governo em igualar a aposentadoria entre homens e mulheres é um problema muito grande, porque a mulher ainda trabalha, em média, 5 horas a mais que o homem, de acordo com um levantamento realizado pela Organização Mundial do Trabalho (OIT). Esse tempo de cinco anos que há na diferença de aposentadoria de homens e mulheres é justamente para tentar compensar o trabalho a mais que a mulher acaba tendo por conta da dupla jornada e o Governo está tentando tirar isso. No Brasil, ainda não temos condição de acabar com essa diferença por vários motivos: não existem creches suficientes para as crianças, a mulher ainda precisa conciliar uma dupla jornada pesada de trabalho e afazeres domésticos, dentre outras”, explica.

Em sua fala, a ministra do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, alertou que ninguém melhor do que as próprias mulheres sindicalistas para saber como é atuar em um universo majoritariamente masculino e que se faz necessário empoderá-las para que o número de mulheres seja cada vez maior nos espaços de decisões, lutas sindicais e no próprio parlamento.

“Precisamos formar com urgência lideranças femininas racionais e de ideologias diversificadas. As mulheres partem de uma perspectiva, mas elas podem ter ideologias diversificadas e a democracia é isso, é falar de pluralidade. E a mulher, por conta do seu histórico e legado de tentar alcançar uma equidade nesse mundo, é uma peça fundamental para essa visão mais flexível e democrática. Democracia é pluralidade, é conviver com a diferença”, revelou.

Palestras

O primeiro painel, iniciado às 10h, teve como tônica os “Marcos legais e os desafios no mercado de trabalho”, ministrado pela professora doutora da UFMG, Magda Bello, e a ministra do Tribunal Superior do Trabalho, Delaíde Alves Miranda Arantes.

O segundo painel, que aconteceu no período vespertino, às 14h30, focou em “Políticas de cuidado e o mercado de trabalho”, e contou com a coordenadora do Núcleo de Estudos Heleieth Saffioti (Unifesp), Renata Gonçalves, a diretora de Pesquisa Emérita no Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), Helena Hirata, e secretária de Políticas do Trabalho e Autonomia Econômica das Mulheres (SPM/MMIRDH), Tatau Godinho.

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