Sindilegis no Senado: Governo está gerindo planilhas, não um País

Em audiência publicada realizada pela CDH, vice-presidente do Sindilegis alertou que a política econômica adotada pelo Governo é ultrapassada e fracassou em outros países

A política econômica adotada pelo ministro Paulo Guedes é radical e ultrapassada. As palavras são do vice-presidente do Sindilegis para o TCU, Alison Souza, proferidas durante audiência pública sobre a reforma administrativa realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, nesta terça-feira (11). Na ocasião, as PECs 186, 187 e 188 também foram objeto de discussão. “É um pensamento econômico que teve seu auge há pelo menos três décadas, não cumpriu o que prometeu em termos de crescimento econômico e já foi rejeitado em países como Chile e Estados Unidos. Estamos importando um projeto já abandonado”, disse Alison à senadora Zenaide Maia, que presidia a sessão convocada pelo senador Paulo Paim. Assista na íntegra clicando aqui.

Representando o Sindilegis no debate, ele defendeu que o radicalismo e agressividade de algumas autoridades, como o ministro Paulo Guedes, que usou o termo “parasita” para se referir aos servidores na última semana (nota pública), esconde, na realidade, a falta de projetos para o País. “Quando não há planos e políticas públicas bem estruturados, discutem-se números. A política econômica do Governo se resume a gerir planilhas e fazer contas de chegada. Precisamos de uma política que leve em consideração a necessidade das pessoas. Guedes diz que pensa no futuro dos brasileiros, mas como isso é possível cortando o salário de professores, médicos e policiais?”, questionou o vice-presidente do Sindicato ao destacar como a reforma administrativa e PECs como a 186/19 podem impactar negativamente a vida da população.

Alison destacou ainda que os servidores têm compromisso com o desenvolvimento do País e não são contra um estado com contas equilibradas e um serviço público eficiente: “Ao contrário do que apregoa o Governo, queremos um estado com capacidade de investir, gerar empregos, criar e manter boas políticas públicas. Se existe alguém com conhecimento e capacidade para ajudar o Brasil a se desenvolver, são os servidores”.

Em sua fala na CDH, o dirigente do Sindilegis destacou, com pesar, a estratégia do Governo de colocar a população contra os servidores e evidenciou como o discurso do ministro Paulo Guedes é incoerente. “Na TV o ministro anuncia a necessidade de ajuste fiscal, mas na prática, deixou para 2026 a redução dos incentivos fiscais, que segundo relatório da OCDE não geraram efeitos positivos sobre o investimento ou a produtividade. O ministro só fala grosso com o trabalhador”, denunciou Alison, ao lado da diretoria do Sindilegis, também representada na comissão pelos diretores Paulo Zarranz, Magda Tavares, Fátima Mosqueira, Marcos Reis e Olavo Ribeiro.

Representação contra Paulo Guedes no Conselho de Ética

Após a audiência na CDH, a diretoria do Sindilegis e os membros do Fonacate caminharam até o Palácio do Planalto para protocolar uma denúncia na Comissão de Ética da Presidência da República contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, pelos insultos feitos aos servidores. No documento, as entidades requerem a instauração de inquérito para apuração de violações do ministro ao Código de Conduta da Alta Administração Pública e ao Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

“(…) um discurso que compare servidores públicos a parasitas não tem nenhum contexto justificável, a fortiori quando emanado do Ministro de Estado de pasta central do funcionalismo público brasileiro”, afirma o documento. Clique aqui para ler a denúncia na íntegra.

 

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