A Faculdade de Artes Dulcina de Moraes foi palco de uma belíssima iniciativa inclusiva na manhã desta quinta-feira (10): a abertura das aulas voltadas à capacitação profissional de deficientes visuais do Distrito Federal, por meio do projeto Brasília Tátil: Cultura Solidária. A iniciativa da Associação Brasiliense de Deficientes Visuais (ABDV), com patrocínio do Instituto Cooperforte, e parcerias com o Grupo Ecosol (entidade capacitadora), a Biblioteca em Braille de Taguatinga e, claro, o Sindilegis, visa dar oportunidade a este público para disputar um espaço no mercado de trabalho.
O projeto oferecerá aulas de massagem expressa e massoterapia para 40 deficientes visuais e população de baixa renda. Como parte das disciplinas, eles ainda terão aulas de noções de informática, empreendedorismo, cooperativismo, além de passarem por um processo de socialização através da música.
O secretário-geral do Sindilegis, Márcio Costa, afirmou que a instituição apoia o projeto da ABDV por acreditar ser possível vencer barreiras e o preconceito por meio do desenvolvimento educacional e inclusão. “Este projeto é algo de fundamental importância para a sociedade brasileira. À medida que apoiamos esse tipo de iniciativa estamos garantindo que mais e mais pessoas possam ter a tão sonhada independência, por meio do ingresso no mercado de trabalho com a qualificação necessária”, explicou.
O presidente da Associação, César Ackhar, relembrou os momentos em que a ABDV precisava de doações para manter seu corpo estrutural no passado. E, depois de uma longa trajetória, a Associação já conquistou sua independência, viabilizando diversos projetos voltados para a inclusão do deficiente visual não só no mercado, mas na sociedade como um todo.
“Me sinto orgulhoso por estarmos cumprindo nossa função de trabalhar pela inclusão do nosso segmento e sem a necessidade financeira dos outros para conseguirmos alavancar nossos projetos. Estou muito feliz em ver esta ideia finalmente sair do papel e se materializar nesses 40 rostos presentes aqui hoje. O Brasília Tátil: Cultura Solidária não é um projeto da ABDV e dos nossos parceiros, mas sim de cada um de vocês aqui hoje”, ressaltou.
Cursos à vista
Os locais para realização dos cursos gratuitos já foram definidos: as aulas de massagem expressa e massoterapia, bem como as de cooperativismo e associativismo, serão ofertadas na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, localizada no Conic. Como complemento da iniciativa, as aulas de informática serão na Biblioteca Braile em Taguatinga. A socialização por meio da música, no entanto, acontecerá na própria ABDV.
O presidente do Instituto Cooperfote, José Rogaciário dos Santos, ressaltou todo o apoio que vem oferecendo para o sucesso do projeto e acredita que iniciativas devem estabelecer uma continuidade para melhorar a vida de cada vez mais brasileiros.
“Queremos participar da transformação de vida das pessoas através da empregabilidade e da inclusão social e econômica. Não conhecemos a realidade dos deficientes aqui no Brasil, não da maneira que deveríamos compreender, e acredito que iniciativas como essa da ABDV são grandes pontapés para mudarmos essa realidade. É um grande orgulho poder fazer parte desta ideia”, avaliou.
A diretora da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, Ana Cláudia Pinheiro, revelou a felicidade da instituição de poder ceder não só a estrutura física para realização das aulas, mas em contribuir para a inclusão dos deficientes visuais de baixa renda no mercado. “Já estamos conversando academicamente com o César [Achkar] para podermos organizar, muito em breve, o primeiro curso de formação de professores para deficientes visuais naquilo que eles podem contribuir, dentro de escolas públicas e privadas”, revelou.
Também estiveram presentes na aula inaugural do projeto: o Secretário Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, ligada à Secretaria de Direitos Humanos, Antônio José do Nascimento Ferreira; Subsecretário de Economia Solidária da Secretaria de Estado da Micro e Pequena Empresa e Economia Solidária do DF, Afonso Magalhães; o presidente da ECOSOL Base Brasilia, Eustáquio Santos, e uma das fundadoras da Biblioteca Braille do DF, Dinorá Cassado.