Solidariedade forma onda de boas ações para ajudar o próximo

Trabalho voluntário de servidores não para em tempos de coronavírus

 

A solidariedade é uma característica do povo brasileiro. Em tempos de coronavírus e distanciamento social, a onda de boas ações tem unido amigos, vizinhos e desconhecidos que se colocam a serviço dos outros e formam uma corrente do bem. Em Brasília, o trabalho voluntário não para. Durante esse período, o Sindilegis está preparando uma série de reportagens sobre iniciativas de servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas que doam seu tempo para ajudar o próximo.

A Liga do Bem – iniciativa formada por servidores, terceirizados e estagiários do Senado – fez uma campanha emergencial para ajudar a população mais pobre durante a pandemia. A coordenadora do projeto, Patrícia Seixas, afirmou que com a quantia arrecadada foi possível doar 70 cestas básicas, 70 kits de higiene e 300 cobertores. Os itens foram entregues para famílias da cidade Estrutural e lavadores de carros, que trabalham no estacionamento público do Senado.

“Quando você faz o bem, o bem vai se multiplicando e forma uma liga. Com esse trabalho, nós conhecemos histórias de vida que nos fazem crescer como ser humano e valorizar o que temos. É uma forma de acolher e proteger o outro. É como se a gente abraçasse aquela pessoa. A gente leva um pouco de dignidade para aquele ser humano”, destacou Patricia.

A servidora disse que o grupo ainda fará doações a lares de idosos e abrigos de crianças. “Nós vamos ajudar com fraldas geriátricas, alimentos e outros itens, além de adquirir luvas e máscaras para os cuidadores dos idosos. É sobretudo uma doação de tempo, amor e carinho. O meu desejo é que a Liga do Bem sirva de motivação para outras pessoas”, concluiu a idealizadora do projeto que existe há quase cinco anos.

 

Servidor da Câmara, Paulo Aparecido da Silva conta que começou a arrecadar doações por meio de um grupo no WhatsApp do prédio em que mora em Águas Claras. A ideia foi preparar marmitas. “Cozinhamos uma parte da comida aqui em casa, uma vizinha cozinha também, e outros vizinhos contribuem com alimentos ou alguma quantia em dinheiro”, explicou.

As quentinhas são distribuídas na Praça do Relógio, em Taguatinga Centro. “Nós percebemos que as pessoas que moram na rua e geralmente ganham dinheiro ou comida quando há movimento nas ruas hoje não tem a quem pedir. Levamos em média 50 marmitas por dia e não está sendo suficiente”, disse Paulo. “Essa quarentena fez a gente rever vários conceitos. Eu sempre tive essa veia de ajudar as pessoas. Acredito que nós brasileiros temos essa vocação para ajudar e agora isso está mais forte”, afirmou.

O servidor do Senado Thiago Tibúrcio e um grupo de amigos fazem parte da Sociedade de São Vicente de Paulo, da Catedral de Brasília. Eles entregam marmitas aos moradores de rua que ficam em frente ao Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) e na Feira da Torre de TV. Segundo ele, o grupo decidiu dar continuidade ao trabalho que é feito há quatro anos durante o atual período de isolamento social. “Nós resolvemos não parar até porque aumentou a necessidade deles. Como são pedintes, com menos gente na rua, eles têm menos acesso a comida. Essas pessoas estão com fome. Algumas pedem duas, três marmitas porque querem guardar mesmo sem ter geladeira com medo de não terem o que comer no dia seguinte”, ressaltou.

Na última terça-feira, 31/03, 80 marmitas foram entregues. Para Thiago, o trabalho é gratificante. “Estamos usando luvas, máscaras e mantendo a distância recomendada. Tem sido emocionante fazer esse trabalho. Eu percebo a gratidão das pessoas e sinto segurança na nossa atividade”, afirmou o servidor, que também tem recolhido cestas básicas e levado a famílias carentes em Ceilândia, Taguatinga e Sobradinho.

Já o servidor do Senado e professor regimentalista Luís Fernando Pires Machado começou a disponibilizar conteúdos no YouTube há uma semana. No primeiro vídeo, ele explica como uma Proposta de Emenda à Constituição tramita no Senado. “É uma forma de doar o nosso conhecimento. As pessoas vão curtindo e compartilhando, e o conteúdo vai se espalhando. Tem sido uma ótima experiência interagir nas redes sociais, mas o principal é saber que a gente pode colaborar”, declarou o doutor Honoris Causa em Gestão Pública.

Além de conteúdos sobre Direito Constitucional e Regimento Interno, Luís Fernando está preparando materiais sobre as casas legislativas municipais. “O objetivo é alcançar os servidores que estão lá na ponta. Também temos um módulo quase pronto acerca da propaganda eleitoral, pois estamos em ano de eleição municipal”, disse.

 

E você servidor, realiza algum trabalho voluntário durante a quarentena? Conhece alguma iniciativa ou projeto social de algum colega que ajuda a comunidade em período de isolamento social? Conta pra gente! Mande sua sugestão pelo e-mail [email protected].

 

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