Servidora da Câmara foi uma das homenageadas do Gente que Inspira 2020
Se para alguns são os cabelos pretos ou os olhos azuis que são herdados de pai para filho, no caso de Juliana Werneck a vocação para “servir” foi, com certeza, transmitida em algum cromossomo. Servidora da Câmara dos Deputados, a brasiliense é filha e neta de servidores públicos. Casada com Gustavo e mãe de três filhos – Júlia, Marina e Théo –, Juliana é formada em enfermagem e a escolha não foi por acaso. “Acho que tenho essa vontade de cuidar de gente, de gostar de gente”, fala.
Atualmente, Juliana é diretora do Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara (Cefor) e responsável por liderar a equipe que criou várias ferramentas tecnológicas para facilitar o acesso às informações da Câmara dos Deputados, eles a Escola Virtual de Cidadania – em que tem promovido a ampliação do acesso às pessoas com deficiência sensorial, a exemplo do formato Flux, e muito mais. Este ano, conseguiu implementar a oferta remota do curso de Mestrado.
O fato de ser fruto de uma geração de avós, pais e tios servidores públicos afloraram naturalmente em Juliana a vontade de servir e cuidar do próximo. “Como meu pai era contador, ele levava muita coisa para casa. Então, cresci acostumada em vê-lo trabalhar fora do expediente, sem hora para acabar. Com a minha avó, nós ficávamos organizando exposição e não tinha horário, não tinha ponto. Nós ficávamos até terminar. Eu convivi com pessoas que eram apaixonadas, que tinham aquilo como vocação”.
Mas apesar do orgulho, os desafios a serem transpostos são gigantescos. A pandemia causada pelo coronavírus foi uma verdadeira prova de fogo para o serviço público, que não pôde parar mesmo com os riscos e as consequências trazidas pela Covid-19. Para Juliana, mais do que nunca, o Brasil voltou os olhos para a categoria. “Qualquer cidadão pode ter acesso a um serviço de saúde, que é prestado por servidores públicos, nesses tempos de crise sanitária. Dá orgulho ver que os pesquisadores que buscam incansavelmente uma vacina são servidores”.
Na visão de Juliana, mesmo o país tendo resultados palpáveis da influência dos servidores no dia a dia dos brasileiros, a profissão ainda é motivo de vilanização por parte do Governo e da mídia. Segundo ela, tornou-se comum generalizar o serviço público por situações pontuais de mau atendimento. “Fico muito sentida quando vejo campanhas desqualificando o serviço público ou generalizando toda a categoria devido a situações extremamente pontuais, que não condizem com a qualidade prestada por esses profissionais. O serviço público que eu conheço é feito por gente muito comprometida”.
Ao definir o servidor público em uma palavra, Juliana foi enfática: “Abnegado”. E no dia a dia, em seus desafios profissionais e pessoais, é com altruísmo e desapego completo de suas próprias vontades em função do outro, que a servidora coordena o departamento da Câmara que visa aperfeiçoar e promover capacitação para os servidores. “Minha história com o serviço público não foi imposta, foi um processo natural de aprendizado e construção”, relembra.