Dia de luto ou dia de luta?

Primeiro de maio. Há um ano, acompanhávamos atônitos as sinalizações de que seria apresentada em breve uma PEC – agora já aprovada e promulgada pelo Congresso – para congelar os investimentos do governo federal em áreas como saúde e educação pelos príximos 20 anos. Era o início de um ataque sistemático e ostensivo aos direitos conquistados pelo trabalhador brasileiro, que agora se apresenta sob a face da Lei da Terceirização e das reformas trabalhista e da Previdência – um pacote completo de desmonte e precarização das leis que regem a lígica do trabalho no Brasil.ÌâåÊ

Mas é na adversidade que conhecemos nossa força. Pouco a pouco, nesta luta entre Davi e Golias em que, paradoxalmente, o Governo é o gigante, começamos a dimensionar a nossa. Apesar do esforço flagrante da grande mídia de minimizar o alcance e os efeitos da greve geral do dia 28 de abril – a primeira em duas décadas e a maior da histíria – mais de 35 milhões de brasileiros em 130 cidades cruzaram os braços para dizer não ao maior programa de retirada de direitos sociais que esse País já viu.ÌâåÊ

Não por acaso, Governo e imprensa tentam desesperadamente atribuir a paralisação à movimentos sociais e sindicais, vagabundos e preguiçosos nas palavras de João Doria, showman e prefeito da cidade de São Paulo. Nos jornais, toda a sorte de eufemismos para evitar a expressão greve. ÌâåÊMuito se falou sobre transtornos e depredações. Nada sobre o que levou milhões de pessoas – entre jovens, adultos e idosos, estudantes, pais e mães de família – a ficar em casa ou tomar às ruas naquela sexta.ÌâåÊ

A bíblia conta que o gigante Golias, armado de espada, lança e dardo, foi vencido por Davi com apenas uma pedra, atirada com toda a força. Ainda que o Governo tenha todos os aparatos do Estado a seu favor, nossa força é a união de 207 milhões de brasileiros. O Governo sabe disso e por isso tenta, a todo custo, nos desmobilizar. Mas estejam certos: seu sucesso ou fracasso está em nossas mãos.ÌâåÊ

Se informe. Recrute a sua família. Seus amigos. Seus vizinhos. Seus colegas de trabalho. Participe de reuniões, protestos e manifestações. Seja um multiplicador. O País precisa de você. Exerça seu papel e direito de cidadão. Os direitos que agora estão sob ataque foram conquistados com muito suor e sangue pelos trabalhadores de ontem. Cabe a nís, operários de hoje, defendê-los. ÌâåÊE por que não ampliá-los?ÌâåÊ

As ameaças que nos afligem neste momento são, também, um convite e uma oportunidade única de fazer histíria e mostrar a este e a todos os governos que o sucedam quem são os verdadeiros donos do Brasil. Nís, servidores do Poder Legislativo Federal e TCU, temos um papel fundamental a desempenhar nessa narrativa, uma vez que as grandes guerras de nosso tempo estão sendo travadas no Congresso Nacional – Casa esta que tomamos como nossa e conhecemos como ninguém.ÌâåÊ

Arregacem as mangas porque hoje não é dia de luto, meus amigos. Hoje, mais do que nunca, é dia de LUTA.ÌâåÊ

Petrus Elesbão – Presidente do Sindilegis

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