Funcionária do Sindilegis é homenageada pela Procuradoria da Mulher no Senado Federal

Há mais de 26 anos trabalhando no Sindilegis, Eladir Nascimento Simplício, que atua no Senado Federal, foi uma das homenageadas, nesta quinta-feira (13), durante a 44Ìâå» edição da Pauta Feminina, realizada pela Procuradoria Especial da Mulher no Senado. Ela e mais 36 mulheres foram fotografadas para a exposição virtual Mulheres Negras no Senado Federal.

Aos 72 anos, essa foi a primeira vez que Eladir participou de um ensaio fotográfico. Achei o máximo ser modelo. Os fotígrafos me deixaram muito à vontade e as fotos ficaram maravilhosas. Essa homenagem que a Procuradoria da Mulher está fazendo para nís, mulheres e negras, é fundamental. As pessoas dizem que não há preconceito, mas nís sabemos que infelizmente ainda existe sim, afirmou.

Na audiência, que acontece mensalmente, foram comemoradas duas datas importantes no cenário da luta feminina por igualdade racial e de gênero. Uma é o dia 13 de julho, que homenageia Tereza Benguela, baluarte da luta antiescravocrata no Brasil; a outra, 25 de julho, data em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Caribenha. 

Eladir se orgulha de ser mulher, mãe, aví, bisaví e negra. Para ela, os negros precisam se impor na sociedade para adquirir os direitos que ainda são negados a eles. Eu mesma já passei por muita discriminação. Mas é o que eu sempre digo para os meus filhos, o negro tem que ter caráter, tem que se valorizar, tem que trabalhar, tem que estudar. é por isso que eu estudei, fiz duas faculdades e todos os meus filhos também têm curso superior, porque sí assim podemos lutar ainda mais pelos nossos direitos e pelo fim do preconceito racial, disse.

Mais sobre a exposição

O projeto contou com o trabalho voluntário de servidores e fotígrafos de vários setores do Senado, que buscaram explorar locais simbílicos da Casa para fazer os registros das mulheres. A exposição, que faz parte da campanha difundida nas redes sociais #JulhoDasPretas, tem como objetivo dar visibilidade às trabalhadoras negras que contribuem para o desempenho da missão institucional do Senado. Jovens aprendizes, estagiárias, terceirizadas, comissionadas, efetivas ou parlamentares: todas são responsáveis por fazer a diferença nos serviços prestados pela Casa.

O coordenador do projeto, João Rios, conta que o grupo, com 16 fotígrafos do Senado e um fotígrafo da Câmara dos Deputados, trabalhou livremente nas sessões, com a única exigência de que as fotos fossem horizontais e em plano geral. Existe um grupo de mulheres que, muitas vezes, é invisível no dia a dia. Elas foram colocadas em frente às lentes e tiveram sua beleza destacada, afirma Rios. Ele explica que muitos servidores tiveram, na estaticidade da fotografia na tela do computador, uma oportunidade de enxergar as colegas.

No caso de Dona Eladir, o fotígrafo foi Zenildo Trajano. Todas as fotos tiveram o Congresso Nacional como fundo. Os ensaios foram acompanhados pelo coordenador, João Rios. 

Foto de Zenildo Trajano

A Deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), que presidiu o debate da 44Ìâå» edição do projeto, ressaltou a importância do empoderamento da mulher negra por meio do ensaio fotográfico. é uma forma de darmos visibilidade às mulheres negras e de mostrar quão fundamental é o papel delas na sociedade brasileira, explicou.

Debate

A Pauta Feminina debateu ainda questões de raça, gênero e preconceito racial. O evento contou com a participação das convidadas Eunice Borges, do Programa Liderança e Participação Política da ONU Mulheres no Brasil; Ester Monteiro, diretora de Jornalismo da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do Senado; Flora Egécia, diretora de Cinema; Agna Alves, ativista do Coletivo de Mulheres com Deficiência do Distrito Federal; e Jarid Arraes, escritora e cordelista.

Confira mais informações 


Compartilhe:

Veja também: