I Conlegis aborda ética e legislação no futuro

Pensar em um mundo que as tecnologias revolucionárias protagonizam e onde máquinas têm mais poderes que os seres humanos não cabe apenas aos filmes de ficção científica. Na manhã desta quarta-feira (2), o professor da Faculdade de Pesquisa Singularity University da Nasa, José Luiz Cordeiro, considerado cidadão global (venezuelano/espanhol/americano), abriu o Congresso de Servidores do Legislativo (Conlegis), promovido pelo Sindilegis, apresentando um futuro onde as tecnologias irão moldar o percurso da humanidade.

Segundo Cordeiro, os seres humanos estão vivenciando constante evolução tecnológica e, em médio prazo, tudo que as obras ficcionais previram se tornarão realidade. “Em 30 anos, teremos aparelhos mais poderosos que o nosso cérebro. Vocês pensam que os telefones de hoje são incríveis, esperem cinco anos a mais”, assegurou Cordeiro.

Segundo o palestrante, o ritmo dos avanços tecnológicos não será limitado apenas a computadores, mas os próprios seres humanos serão alterados. Durante apresentação, ele afirmou que no máximo 10 anos será possível sequenciar os genomas para escolher as características das crianças antes do nascimento, reconstruir a árvore genealógica ou realizar um mapeamento dos genes para descobrir possíveis doenças.

O quadro de avanços do futuro, segundo o pesquisador, também vai interferir na vida e na longevidade dos seres humanos. De acordo com José Luiz Cordeiro, já existem pesquisas que tratam o envelhecimento, como doenças, e buscam uma cura para o processo.

“O Google anunciou uma campanha para curar a morte. As companhias estão começando a avaliar isso, pois acreditam que o envelhecimento é uma doença curável”, explicou o professor.

Cordeiro também afirma que, daqui a alguns anos, será impossível competir com a inteligência artificial, pois a quantidade de transitores das máquinas será superior que a de neurônios dos seres humanos, além de uma capacidade muito maior de processar informações.

O futuro apresentado pelo professor da Nasa surpreendeu os presentes. Para o servidor do Senado Pedro Augusto Monteiro, o evento foi uma oportunidade para se pensar os benefícios e malefícios dos avanços da tecnologia.

 “A palestra foi excelente, abriu a mente de todo mundo para perceber como a humanidade está avançando em termos de tecnologia e como tem muita coisa ainda para acontecer. Os avanços tecnológicos são realmente assustadores, mágicos e isso leva todos nós a questionar em termos éticos e humanos o que isso vai trazer para a gente daqui a 20, 30 ou 40 anos”, disse.

O tema em discussão no Congresso Nacional também gerou reflexões sobre como será a atuação ética e legislativa diante dos impactos tecnológicos na vida dos cidadãos brasileiros. “Na Coreia do Sul, por exemplo, parlamentares já discutem a cidadania para robôs na Comissão de Direitos Humanos. Outros países terão que abordar questões de leis, éticas, financiamentos etc no parlamento em relação a isso”, comentou o professor José Luis Cordeiro.

A palestra aconteceu em parceria com o Interlegis e faz parte da primeira etapa do Conlegis. A ideia é que esses eventos subsidiem debates entre os servidores, em busca de ampliação do conhecimento e troca de informações, como explica o presidente do Sindilegis, Nilton Paixão.

“Diferentemente das edições anteriores, este ano o Congresso foi dividido em três grandes palestras, que serão realizadas em cada Casa Legislativa (Câmara, Senado e TCU). E, no segundo semestre, os servidores se reunirão novamente para discutir os temas abordados”, relatou o presidente.

O evento contou com a presença do senador Cristovam Buarque, do vice-presidente do Sindilegis para o Senado Federal, Petrus Elesbão, da diretora de Educação Continuada, Cultura, Igualdade de Gênero e Meio Ambiente, Giovana Perlin, da diretora-geral adjunta do Senado Federal, Ilana Trombka, e do professor da Universidade de Brasília (Unb), Marcos Formiga.

Ao final da palestra os participantes tiveram a oportunidade de sanar dúvidas com o palestrante.

Compartilhe:

Veja também: