Secretário-geral do Sindilegis debate impacto da inteligência artificial no trabalho em seminário no Chile

A inteligência artificial (IA) se torna cada vez mais presente nas discussões sobre o futuro do trabalho em todo o mundo. No último dia 13, o Congresso Nacional do Chile promoveu um seminário para debater o uso e a aplicação da IA, bem como os desafios e oportunidades que ela apresenta. O Sindilegis participou do evento, que contou com a presença de especialistas de outros países da Europa e Oceania.

O secretário-geral do Sindicato, André Galvão, representou a instituição em um painel sobre o uso da inteligência artificial no registro taquigráfico produzido por parlamentos ao redor do mundo. Galvão defendeu que a regulamentação da IA deve levar em consideração os direitos e a proteção dos trabalhadores. “Os servidores estão excluídos do debate sobre a utilização da IA nos processos de trabalho do parlamento”, refletiu.

Impacto da IA no mercado de trabalho

“As tecnologias disruptivas, como a inteligência artificial, podem ser inicialmente rechaçadas pelos trabalhadores, não apenas por falta de compreensão de seu funcionamento, mas por receio de serem substituídos”, afirmou Galvão. Ele citou um estudo do Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil, publicado em junho de 2021, que previa a extinção entre 14% e 20% dos empregos de baixa qualificação com a implementação da IA.

“Existe uma mudança de cultura dentro das nossas organizações, que precisa começar pelo engajamento dos servidores, que na verdade são aqueles que entregam para a sociedade os serviços. Nós somos os trabalhadores e precisamos estar inseridos nessas tecnologias que vão mudar a forma como vamos produzir aquilo para o que fomos contratados”, ponderou.

Confira vídeo do momento:

IA e o futuro do registro taquigráfico

Apesar dos desafios, a inteligência artificial também pode trazer soluções para o mercado de trabalho, especialmente para atividades mais complexas. No caso do registro taquigráfico, por exemplo, a IA pode auxiliar os taquígrafos na transcrição dos discursos dos parlamentares, tornando o processo mais rápido e eficiente.

Luís Kimaid, diretor Executivo da Bússola Tech, coorganizadora do evento em conjunto com a Câmara dos Deputados do Chile, destacou a importância da regulamentação da inteligência artificial. “Entrar no movimento da inteligência artificial deve ser um plano estratégico que não necessariamente envolve grandes recursos”, afirmou.

Em março deste ano, o Parlamento Europeu aprovou um regulamento sobre o uso da IA na União Europeia. A medida visa restringir o uso da tecnologia por governos para vigilância biométrica em tempo real em espaços públicos. A votação foi favorável por 523 parlamentares, contra 46 e 49 abstenções.

O debate sobre o impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho é fundamental para garantir que os trabalhadores não sejam prejudicados pelas novas tecnologias. A regulamentação da IA, com foco na proteção dos direitos dos trabalhadores, é essencial para garantir um futuro do trabalho justo e inclusivo.

Acesse a apresentação do secretário-geral sobre o uso da IA no registro taquigráfico.

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