Dando continuidade às discussões acerca da Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência, a Pauta Feminina do Senado Federal realizou, com o apoio do Sindilegis, seu encontro de dezembro na manhã desta quinta-feira (7). A reunião discutiu os obstáculos presentes na obtenção de dados estatísticos e na elaboração de políticas públicas de combate à violência contra a mulher com deficiência.
Já na abertura da audiência, a deputada federal Rosinha da Adefal (AVANTE/AL) refletiu sobre a falta de estudos mais assertivos sobre os casos de violência que têm mulheres como vítimas, especialmente sobre as agressões sofridas por mulheres com deficiência. As mulheres estão muito expostas à violência, mas se ela tem uma deficiência, existe uma dupla vulnerabilidade, declarou.
Na ocasião, estiveram presentes Carolina Sanchez Gomes, diretora do Departamento de Políticas Temáticas dos Direitos da Pessoa com Deficiência; Maria de Fátima Marinho de Souza, do Ministério da Saúde; Roberta Viegas; do Observatírio da Mulher Contra a Violência do Senado Federal; e Marcos Rubens, Coordenador Geral do Data-Senado.
Os palestrantes expuseram dados inéditos sobre as agressões a que mulheres com deficiência são expostas. Temas como a falta de acesso a canais de denúncia, delegacias especializados, violência doméstica e obstetrícia foram analisados na reunião. Maria de Fátima mostrou que 61% dos casos de violência registrados correspondem a agressões físicas, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O mesmo estudo evidencia que mulheres vítimas de violência têm 60% a mais de chances de cometerem suicídio.
O vice-presidente do Sindilegis Paulo Cezar Alves reitera o compromisso do Sindicato em respaldar discussões que promovam uma maior equidade de gênero. Ao vermos os dados expostos, fica clara a realidade cruel a que a mulher brasileira está sujeita. A discriminação por gênero é a base da violência contra a mulher e apenas com informação e instrução seremos capazes de combate-la de maneira mais assertiva.