Seminário Internacional sobre Presidencialismo na Câmara discutiu futuro político do Brasil

A Coordenação de Pós-Graduação da Câmara dos Deputados realizou, entre os dias 16 e 17 de junho, o Seminário Internacional “30 anos de Presidencialismo de Coalizão”. O evento gratuito reuniu cerca de 300 pessoas que participaram de várias discussões voltadas a um panorama da atual crise política, a ressurreição do debate sobre a reforma das instituições e a funcionalidade do modelo político adotado pela Constituição de 1988, a fim de apontar novos caminhos interpretativos e perspectivas para o futuro.

O servidor do Senado Federal Florian Madruga esteve no evento e destacou a importância dos temas abordados para o trabalho que desenvolve na Secretaria de Transparência: “É fundamental ter uma compreensão ampla do sistema político brasileiro para exercer uma atividade parlamentar, seja ela no processo legislativo, seja na parte administrativa”.

A diretora de Educação Continuada, Cultural, Igualdade de Gênero e Meio Ambiente do Sindilegis, Giovanna Perlin, mediou a Mesa Redonda sobre o tema “Perspectivas para o presidencialismo de coalizão: crise de governo ou crise sistêmica?”, com a participação de Fernando Rodrigos (Folha de S. Paulo) e Murilo Aragão (Arko).  

Perlin ressaltou que eventos como estes são apoiados pelo Sindilegis, pois contribuem de forma significativa para a compreensão dos fenômenos inerentes ao Congresso Nacional. “Com o debate altamente qualificado, tanto em relação aos convidados à discussão quanto aos participantes, observou-se a importância do compartilhamento de informações e de problematizações para se pensar em formas de manejar os desafios futuros, assim como de repensar as formulações teóricas atuais acerca da organização do País. Certamente quem participou saiu daqui não apenas melhor informado, mas com mais motivação para seguir no estudo desse sistema complexo que é a política brasileira”, opinou.

Além disso, outros convidados de renome também compareceram, como: Sérgio Abranches (Ecopolítica), Eduardo Alemán (University of Houston), Mercedes García Montero (Universidade de Salamanca), Felix Lopez (IPEA), André Borges (UnB), Fernando Rodrigues (Folha de S. Paulo), dentre outros.

Para Sérgio Praça (FGV-RJ), que também palestrou na mesa sobre o “Poder Executivo, gabinetes presidenciais e burocracia”, essa análise externa do parlamento e as relações agregam a partir de um tipo de vocabulário e narrativa diferentes daqueles usados no mundo da política: “Esse seminário é, em si, importante por ter uma amostragem muito significativa e boa da qualidade da política brasileira, em como ela avançou, sobretudo com a relação do executivo e legislativo”.

Praça também destacou que a reforma política tem um longo caminho pela frente, onde será necessário haver um consenso entre a sociedade e o mundo político. Ele também afirma ser necessário dar mais independência a municípios e Estados, para que esses possam crescer e serem responsáveis pela própria receita.

A servidora da Câmara dos Deputados Patrícia Maria Nogueira também participou do Seminário e elogiou a iniciativa dos organizadores e do Sindilegis, ao qual é filiada. “Para nós esclarece muitos pontos que ao longo do processo legislativo não somos capazes de perceber. Pensar o parlamento, fora daquele momento de trabalho, proporciona maior clareza e até ajuda a desenvolver um trabalho melhor”.

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