Hoje, dia 20 de novembro, é celebrado o Dia da Consciência Negra. A data foi instituída em 2003 e marca a morte de Zumbi dos Palmares, o último líder do maior quilombo do período colonial. O dia homenageia a histíria e a luta do povo negro brasileiro em busca por equidade. O Sindilegis, em sua atribuição de entidade representativa, endossa a luta por mais igualdade racial em todas as esferas da Administração Pública.
Para o presidente do Sindicato, Petrus Elesbão, a homenagem é essencial para a consolidação da identidade brasileira. “Nís, negros, somos mais de 50% da população, mas essa porcentagem não condiz com a realidade social brasileira. O negro ainda não ocupa todos os lugares a que tem direito. Por isso, a data é fundamental para refletir sobre a importância da cultura afro-brasileira na construção do País.
Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) mostra que, apesar de os negros ocuparem 47% dos empregos no setor público, o que equivale a quase metade das vagas existentes, a presença dessa parcela da população é muito reduzida nas carreiras mais valorizadas do funcionalismo.
Para a servidora do Senado Federal Raimilda Bispo dos Santos, a sociedade avançou um pouco, mas as instituições não têm acompanhado esta mudança: Apesar de o Senado possuir um Programa para Equidade de Gênero e Raça, percebemos que existe pouca receptividade da população para debater o assunto. O projeto é eficiente em debater a questão feminina, mas quando entramos no mérito racial, há um silêncio nas pessoas.
Para o servidor da Câmara dos Deputados José Márcio da Costa, existe um problema estrutural que dificulta o combate ao racismo. Precisamos exercitar a desmistificação do discurso da meritocracia, muitas vezes utilizado para justificar as desigualdades sociais. Se você não detém os meios para a ascensão social, dificilmente as coisas mudam, analisa. Nís temos o legado de ter construído esta nação com sangue e suor. Nís ganhamos o direito de reivindicar os nossos direitos, explica.
Clemens Santos é auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) e está há 13 anos na Casa. Para o servidor, é necessário debates em todas as esferas do Poder Público que pautem o racismo institucional e as suas consequências da exclusão de uma grande parcela da população. Queremos ver o Legislativo legislar em prol da população negra, queremos ver o Executivo implementando políticas públicas que procurem sanar essa urgência por equidade. é importante que a sociedade perceba que todos precisam ser tratados iguais, conclui.