Sindilegis recebe taquígrafos da Câmara e do Senado em celebração pelos 200 anos de história

Nesta quinta-feira (4), taquígrafos da Câmara e do Senado foram recebidos na sede do Sindilegis para um jantar em celebração aos 200 anos da taquigrafia parlamentar. Criada no dia 3 de maio de 1823, junto com a primeira Assembleia Nacional Constituinte e Legislativa, a profissão foi criada pelo ministro José Bonifácio de Andrada.

Presentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, os taquígrafos são indispensáveis para o registro da história do Congresso Nacional. É graças ao trabalho dessa categoria que é possível ler, em até 40 minutos, a íntegra dos discursos e debates de parlamentares em plenário. A técnica consiste em usar sinais para representar fonemas, que são os sons das sílabas das palavras.

A noite de celebração foi repleta de homenagens e afirmações positivas sobre as importância dos taquígrafos

Os 200 anos da taquigrafia coincidem com os 200 anos do parlamento. A categoria mais longeva é desafiada, a todo tempo, pelo surgimento de novas tecnologia. Mas os taquígrafos mantêm-se firmes e necessários. Para André Galvão, taquígrafo da Câmara e secretário-geral do Sindilegis, as novas tecnologias representam um desafio para todas as profissões, e não é diferente com a taquigrafia, que desafia novos cenários desde 1823. “Temos o vício de pensar no instrumento, mas temos que pensar no que a taquigrafia entrega. Os serviços da taquigrafia são de memória, não o registro em si. O meio de registro, a tecnologia substitui, mas o serviço entregue, não”.

Para o presidente do Sindilegis, Alison Souza, a taquigrafia completa 200 anos de história, exemplo e atuação. E representar cada um dos taquígrafos é um imenso orgulho. “Sempre tivemos um excelente relacionamento com a taquigrafia, que são a história viva do que é debatido diariamente no Congresso”, apontou.

Juliana Baldoni, diretoria da Taquigrafia, participou do evento e reforçou que os registros do Congresso Nacional que datam de 200 anos atrás só são possíveis graças ao trabalho taquigráfico. “Hoje só temos acesso ao que foi debatido na assembleia de 1823 porque existiam taquígrafos presente. Somos profissionais multidisciplinares, precisamos construir uma bagagem complexa de conhecimentos gerais para entregar as notas taquigráficas”, explicou.

Segundo Quésia de Farias Cunha, diretora da Secretaria de Registro e Redação Parlamentar, não há perspectiva de que as novas ferramentas tecnológicas sejam capazes de substituir o trabalho analítico de revisão, da adequada conversão da oralidade ao texto escrito e do enquadramento às particularidades linguísticas e do processo legislativo: “O registro textual de todas as discussões do Parlamento contribui para a transparência, a legitimação e o embasamento da produção legislativa”.

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